Sem tom pacificador, Lula diz que atos terroristas foram ação de ‘aloprados’ que ainda não entenderam que a eleição acabou

Por Repórter Jota Silva
Divulgação: Jota Silva

O presidente da República ‘Lula do PT’ recebeu nesta quarta-feira (11) no Palácio do Planalto um grupo de parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB), que fizeram a entrega simbólica do decreto de intervenção na área da segurança pública no Distrito Federal.

Portanto, o decreto editado no domingo por Lula, após os atos de vandalismo cometidos por manifestantes inconformados com o resultado das eleições de 2022, foi chancelado pelas duas Casas do Legislativo. A Câmara votou o texto na segunda-feira e o Senado, ontem.

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Assim também, no encontro, o presidente ‘Lula do PT’ agradeceu a aprovação rápida pelos parlamentares do decreto de intervenção e a cobertura da imprensa. De acordo com Lula os “atos terroristas” foram ação de um grupo de “aloprados” que não quer aceitar a urna eletrônica.

“Eu penso que o que aconteceu aqui, eu não gostaria de pensar em um golpe, até gostaria de pensar em uma coisa menor, quem sabe um grupo de pessoas alopradas que ainda não entenderam que a eleição acabou. Que ainda não quer aceitar que a urna eletrônica é possivelmente o modelo eleitoral mais perfeito que a gente tem em todos os países do mundo”, disse o presidente.

Lula do PT fala sobre o vandalismo ao sistema elétrico do país

Lula falou também sobre os atos de vandalismo ao sistema elétrico do país. “Aquilo foi um ato de vandalismo também, um ato de bandidos porque os cabos de aço foram ferrados. Significa que propositalmente alguém cortou os cabos das duas torres grandes. Já tinha acontecido no final do ano em Rondônia, da Eletronorte, que tinha sido derrubada. Ou seja, obviamente que nós vamos investigar, estamos tentando descobrir”, disse.

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“O que vocês estão fazendo com esse decreto é dizendo que a gente tem que punir. Quem não quer respeitar a lei a gente tem que punir. Quem não quer respeitar a ordem democrática tão dificilmente alcançada por nós a partir da Constituição de 88”, afirmou o presidente. “Qualquer gesto que contrarie a democracia brasileira será punido dentro daquilo que a lei permite punir. Todo mundo, todo mundo terá direito de se defender, todo mundo terá direito a prova da inocência, mas todo mundo será punido”, afirmou.  

Lula com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
Lula do PT com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Reprodução do Twitter -Divulgação: Jota Silva

Arthur Lira

O presidente da Câmara afirmou que a aprovação da intervenção demonstra uma unidade da Federação em defesa da democracia bem como o decreto foi necessário para combater os atos de vandalismo e de ofensa à Constituição.

“O ato de entrega do Projeto de Decreto Legislativo cumpre o rito democrático, legal e constitucional que por certo tomarão rumo com diálogo e firmeza na defesa da democracia”, afirmou Lira.

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Vital do Rego

De acordo com Vital do Rego, o decreto mostra unidade do País no combate aos atos terroristas. “Demonstra a solidariedade das 27 unidades que trouxeram apoio e se disseram indignados com os atos perpetrados por aqueles que imaginavam abalar nossas pilastras institucionais”, disse.

Randolfe Rodrigues

Por fim, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, disse que no domingo ocorreu um ataque à democracia e ao povo brasileiro e os golpistas serão punidos com a força da lei.  De acordo com Rodrigues, o ato representa a manifestação inequívoca do Congresso Nacional de que o terror não terá lugar no país.

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“Ao fascismo e ao terror só cabe na história uma posição: a posição do combate, do enfrentamento”, disse o senador. “Cada um dos terroristas, estejam eles onde estiverem, usem ou não broche parlamentar, usem ou não toga, usem ou não farda, esteja onde estiver, seja quem for, tenho certeza que aqueles democratas do país liderados pelo presidente Lula reagirão para defender a nação atacada e para defender a democracia”.

Agência Brasil