Tropas israelenses e homens armados do Hamas lutaram neste sábado (11) do lado de fora do maior hospital de Gaza. Nos últimos dias, os combates perto do Hospital Shifa e de outros hospitais no norte de Gaza intensificaram-se.
Os militares israelitas disseram, que o grupo militante Hamas estabeleceu postos de comando dentro e por baixo dos hospitais, utilizando civis como escudos humanos. A equipe médica do Hospital Shifa, controlado pelo Hamas, negou tais alegações e acusou Israel de prejudicar civis com ataques segundo eles, indiscriminados.
Médicos de Gaza disseram que o último gerador ficou sem combustível e os suprimentos acabaram, causando a morte de um bebê prematuro e de outros quatro pacientes. Milhares de feridos de guerra, equipes médicas e civis deslocados foram apanhados nos combates.
O diretor do hospital Shifa controlado pelo grupo terrorista Hamas, Mohammed Abu Selmia, disse que a instalação perdeu energia no sábado.
“Os dispositivos médicos pararam. Os pacientes, principalmente os que estavam na terapia intensiva, começaram a morrer”, disse ele por telefone, com tiros e explosões ao fundo. Ele disse que as tropas israelenses estavam “atirando em qualquer pessoa fora ou dentro do hospital” e impediam a movimentação entre os edifícios.
Um oficial israelense, coronel Moshe Tetro, confirmou confrontos fora do hospital, mas negou que Shifa estivesse sitiado ou atacado diretamente. Ele disse que estava em contato com o diretor e ofereceu passagem segura para aqueles que desejassem sair pela zona leste do hospital.
Amos Yadlin, ex-chefe da inteligência militar israelense, disse à emissora Channel 12 que, como Israel pretende acabar com o Hamas, assumir o controle dos hospitais seria fundamental, mas exigiria “muita criatividade tática”, sem ferir pacientes, outros civis e reféns israelenses.
Cinco pacientes morreram em Shifa depois que o gerador foi desligado, incluindo um bebê prematuro, alegou Medhat Abbas, porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a responsabilidade por qualquer dano aos civis cabe ao Hamas, o grupo militante usa civis em Gaza como escudos humanos. Ele disse que embora Israel tenha avisado e incentivado para os civis deixarem as zonas de combate, “o Hamas está fazendo tudo o que pode para impedi-los de sair”.
Os militares de Israel disseram que os soldados encontraram centenas de combatentes do Hamas em instalações subterrâneas, escolas, mesquitas e clínicas durante os combates em Gaza. Israel disse que um dos principais objetivos da guerra é acabar com o Hamas, um grupo militante que governa Gaza há 16 anos.
Após o ataque mortal do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, no qual pelo menos 1.200 pessoas foram mortas, os aliados de Israel defenderam o direito do país de se proteger. Mas agora, os EUA têm pressionado por pausas temporárias que permitiriam uma distribuição mais ampla da ajuda extremamente necessária aos civis no território sitiado, onde as condições são cada vez mais terríveis.
Israel concordou com pausas diárias durante os quais os civis podem sair da área de combate terrestre no norte de Gaza e dirigir-se para sul a pé ao longo da principal artéria norte-sul do território.
Desde que estas janelas de evacuação foram anunciadas pela primeira vez, há uma semana, mais de 150 mil civis foram para o norte, segundo monitores da ONU. No sábado, os militares anunciaram uma nova janela de evacuação, dizendo que os civis poderiam usar a estrada central e uma estrada costeira.
A Arábia Saudita recebeu líderes muçulmanos e árabes no sábado em Riade com o objetivo de elaborar a sua própria estratégia sobre Gaza. O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, pediu para acabarem com a cooperação, incluindo o comércio, com Israel. “A única solução para a causa palestina é a resistência”, disse ele na reunião.