Bolsonaro segue orientação de advogados e fica em silêncio durante questionamentos da PF

Por Repórter Jota Silva

O ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em silêncio e por orientação do seu advogado e não respondeu aos questionamentos da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (22), na investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Bolsonaro chegou à sede da PF, em Brasília, por volta das 14h20 eficou cerca de 30 minutos na PF, o interrogatório aconteceu no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que apura suposta tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Dois advogados Bolsonaro falaram com a imprensa e justificaram que o seu cliente ficou em silêncio porque a defesa não teria tido acesso à íntegra dos autos da investigação.

“A falta de acesso a esses documentos, especialmente as declarações do tenente coronel Mauro Cid, e as mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores, impedem que a defesa tenha o mínimo conhecimento por quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento” destacou Paulo Bueno, advogado do ex-presidente.

A defesa acrescentou que o silêncio é uma estratégia “baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”, acrescentou.

Assim também, Bueno disse que Bolsonaro está à disposição da Justiça “como, aliás, ele sempre fez e continuará fazendo, sendo do maior interesse dele o esclarecimento dessa verdade”.

Dois advogados Bolsonaro falaram com a imprensa e justificaram que o seu cliente ficou em silêncio porque a defesa não teria tido acesso à íntegra dos autos da investigação.

Portanto, desde a intimação, a defesa do ex-presidente entregou três recursos solicitando a liberação para não comparecer ao depoimento, sob a justificativa de não ter tido acesso a parte do material apreendido e, portanto, fará uso do silêncio. Contudo, os recursos foram negados pelo ministro Alexandre de Moraes. 

As petições, realizadas nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro, foram todas negadas pelo relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que o investigado teve acesso integral aos elementos de prova já documentados nos autos, com exceção das diligências em andamento e que Bolsonaro tem o direito de decidir se deseja ou não falar na oportunidade. “Dessa maneira, será o investigado quem escolherá o ‘direito de falar no momento adequado’ ou o ‘direito ao silêncio parcial ou total’; mas não é o investigado que decidirá prévia e genericamente pela possibilidade ou não da realização de atos procedimentais ou processuais durante a investigação criminal ou a instrução processual penal”, disse Moraes, em decisão.

Além do ex-presidente, vários ex-integrantes do governo anterior compareceram nesta quinta-feira (22) à sede da Polícia Federal para prestar depoimentos, entre eles, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o presidente do partido de Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto.

As defesas desses investigados não falaram com a imprensa. Eles também são suspeitos de formar uma suposta organização criminosa que, segundo a Polícia Federal, supostamente atuou na tentativa de um suposto golpe de Estado.